RAÇA
Numa casa vultosa da cidade,
Ouvi a mulher de posses falar:
"-Willian, saia da piscina e vá se aprontar!
Está na hora da condução da escola,
O dinheiro do lanche está com a Maria.
No término da aula o motorista vai te buscar.
Minha mãe, a negra Sebastiana,
Pelo seu esmero de bem lavar e passar,
Por todos era conhecida no vilarejo do lugar.
Com o pouco que ganhava nunca deixou-nos faltar.
O sagrado cuscuz com café,
Alimento de cada dia que nos mantinha de pé.
Meu pai trabalhava na fazenda,
De um renomado doutor.
Cuidava do gado e arava a terra,
Era um exímio lavrador.
Na boca da noite chegava cansado,
Mas com o olhar esperançado nos transmitia amor.
Saíamos cedo para a escola pública,
Pois muito tínhamos que caminhar.
Se caso chegássemos atrasados a
Parcial diretora, não nos deixava entrar.
Faltar, só nas constantes greves dos professores.
Um direito que fere o direito de quem precisa estudar.
Com raça e dificuldade conseguimos terminar,
O ensino secundário na escola pública do lugar!
Mas como acessar a Universidade Pública,
Se temos que disputar com alunos,
Mais bem preparados em escola particular?
Como ocultar a dolosa desigualdade social,
Que veda pobre e negros de acessarem o 3º grau?
Quem trabalha não pode estudar,
O que ganha não dá pra pagar.
A irreal mensalidade da faculdade particular.
Brasil seja franco, você nunca foi branco!
Tu és canela, tal qual Gabriela.
Brasil, sua pele é morena,
Não me consta que seja amarela.
Brasil vê se para com isso,
Você já nasceu mestiço.
Numa casa vultosa da cidade,
Ouvi a mulher de posses falar:
"-Willian, saia da piscina e vá se aprontar!
Está na hora da condução da escola,
O dinheiro do lanche está com a Maria.
No término da aula o motorista vai te buscar.
Minha mãe, a negra Sebastiana,
Pelo seu esmero de bem lavar e passar,
Por todos era conhecida no vilarejo do lugar.
Com o pouco que ganhava nunca deixou-nos faltar.
O sagrado cuscuz com café,
Alimento de cada dia que nos mantinha de pé.
Meu pai trabalhava na fazenda,
De um renomado doutor.
Cuidava do gado e arava a terra,
Era um exímio lavrador.
Na boca da noite chegava cansado,
Mas com o olhar esperançado nos transmitia amor.
Saíamos cedo para a escola pública,
Pois muito tínhamos que caminhar.
Se caso chegássemos atrasados a
Parcial diretora, não nos deixava entrar.
Faltar, só nas constantes greves dos professores.
Um direito que fere o direito de quem precisa estudar.
Com raça e dificuldade conseguimos terminar,
O ensino secundário na escola pública do lugar!
Mas como acessar a Universidade Pública,
Se temos que disputar com alunos,
Mais bem preparados em escola particular?
Como ocultar a dolosa desigualdade social,
Que veda pobre e negros de acessarem o 3º grau?
Quem trabalha não pode estudar,
O que ganha não dá pra pagar.
A irreal mensalidade da faculdade particular.
Brasil seja franco, você nunca foi branco!
Tu és canela, tal qual Gabriela.
Brasil, sua pele é morena,
Não me consta que seja amarela.
Brasil vê se para com isso,
Você já nasceu mestiço.