O Brasil do ano que veio
Finalmente, dois mil e catorze,
Eis-nos às portas de dois Brasis,
Um onde justiça retoma a pose,
E força à modéstia os imbecis;
noutro safadeza segue em close,
mão desdizendo o que a boca diz,
nos lábios cem, nos atos doze,
e amebas ofertam dócil cerviz;
que importa o desvio duma Rose,
se a plebe roubada está feliz;
impingem sempre o “Red nose”
e fazem parecer que o palhaço quis...
A bolha Gramskiana segue inflando,
Filé pra abjetos, aos retos, bagaço;
Mentem em silêncio, ou falando,
Lesmas arrastam-se deixando traço;
São diligentes somente quando,
Da carne alheia querem um pedaço;
À justiça estão cagando e andando,
Mas, acham justo ficarem no paço;
Fingem trabalhar embora tramando,
Nova arapuca no próximo passo;
Quebremos seus anzóis votando,
Minha parte, desde já eu a faço...