CRUZ MUTILADA
CRUZ MUTILADA
Sempre de braços abertos
No morro erguida
Velando seus fiéis decerto,
Gente pobre, gente sofrida.
Multidões sobem a serra
Na sexta-feira santa,
Filhos da tua terra,
Firmes na fé, fé quanta!
Lembro-me da voz plangente,
Que ecoava rumo ao cruzeiro;
Era a voz dos seus fiéis, sua gente!
Sacrifícios! Pra escalar o carreiro.
Mas um desalmado quis pôr termo,
Quis mutilar do teu povo a fé,
O ímpio dirigiu-se a lugar ermo,
Alto dum espinhadeiro, onde estavas de pé.
E essa ímpia mão,
Num gesto descomunal,
Jogou-a contra o chão
Sem saber, o mal...
Que causou na alma de um povo,
Que te contempla por tradição,
Hoje estás erguida de novo
Em cada um, no coração...
Autoria: Uilson Pedro