CRUZ MUTILADA

CRUZ MUTILADA

Sempre de braços abertos

No morro erguida

Velando seus fiéis decerto,

Gente pobre, gente sofrida.

Multidões sobem a serra

Na sexta-feira santa,

Filhos da tua terra,

Firmes na fé, fé quanta!

Lembro-me da voz plangente,

Que ecoava rumo ao cruzeiro;

Era a voz dos seus fiéis, sua gente!

Sacrifícios! Pra escalar o carreiro.

Mas um desalmado quis pôr termo,

Quis mutilar do teu povo a fé,

O ímpio dirigiu-se a lugar ermo,

Alto dum espinhadeiro, onde estavas de pé.

E essa ímpia mão,

Num gesto descomunal,

Jogou-a contra o chão

Sem saber, o mal...

Que causou na alma de um povo,

Que te contempla por tradição,

Hoje estás erguida de novo

Em cada um, no coração...

Autoria: Uilson Pedro

UILSON PEDRO
Enviado por UILSON PEDRO em 31/12/2013
Código do texto: T4631579
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