O estupro da "arte"

O vero talento sozinho se impõe,

Não à força, na marra, por magia;

A publicidade a cada dia dispõe,

Camuflada de arte, tanta porcaria...

Não digam que não posso perder,

Senão, eu acabo perdendo a calma;

Essas bostas que irão sempre feder,

Enquanto tiver olfato minha alma...

À arte é colateral se vai haver lucro,

Mas, "sine qua nom", vera inspiração;

Marketing aos berros é como estupro,

Talento é conquista, sutileza, sedução...

Contra a imbelicização bato martelo,

Quisera, bom gosto tivesse peso de lei;

Não me digam o que devo achar belo,

Mostrem sem alarde aquilo que já sei...

O tempo apaga a luminosa “eminência”

Do que o metal sonega estar morto;

Afinal gravidez decorrente de violência,

Acho que a lei, já faculta o aborto...