Caos Sertanejo

Eu sou peão, tenho as mãos calejadas

De tanto labutar na roça, na enxada

Não para ter fartura, mas para sobreviver...

Quatro e meia da manhã o galo canta

E muita gente que nem teve janta

Com a barriga vazia chora no amanhecer...

Realidade que oprime o homem do campo

Que, sem água, não cultiva seu sustento

E deixa a família à míngua, morrer ao relento...

Lágrimas e suor são a chuva que esperam tanto!

Promessas se perdem na secura das estradas...

Sai ano, entra ano... fotografa-se idêntica miséria,

Personagens de gravata discutem assíduos a matéria

Que no papel fica impressa e não se resolve nada!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 30/12/2013
Código do texto: T4629943
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