Janelas Vivas

Vivo a flanar por ai, invocando os poetas de outrora

Vejo espaços vazios, ruas ermas e frios solenes

Olhos em órbitas vazias, mãos magras, esquálidas e doces

Homens e mulheres sozinhos, anjos de asas caídas

Ombros largos de antigas e suadas fadigas

Lagrimas colhidas no labor

Peitos cantantes e vozes pálidas de amor

Há janelas nas ruas, há vidas nessas janelas

Há toalhas ornando-as, há histórias nelas

São suaves os caminhos, o cheiro do mar que nos provoca

A Orla que dorme nas tocas das ondas mortas

Há janelas nos caminhos, há nos caminhos muitas janelas

Crianças correm mudas, barrigas grudadas nas costas, ossos contados

Brincam sujas, vivem sonhos aventurosos e encantados

Há janelas nos caminhos, janelas há que os veja

Em grandes construções estranhas, há vidas que se contam sobre a mesa

E na rua, de pés descalços e tez mórbida, drogados, prostitutas

Trabalhadores de semáforo, a vida segue na cidade dos carnavais

Há janelas nos caminhos.....

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 25/12/2013
Código do texto: T4625155
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.