Os cabelos do Renan

Em Junho o Brasil mostrou as tripas,

Ferido pelas afiadas facas de Brasília;

Cartazes gritaram entre pedras e ripas,

De quem a corrupção e má fé são filhas...

Lobos temeram um pouco perder presas,

Bilíngues que são, se puseram a balir;

Que pleitos eram justos, deram certeza,

E tudo fariam e bem mais, para os suprir...

Mas, passado o intenso calor da refrega,

Voltaram sedentos ao seu idioma antigo;

O que pegava nosso dinheiro ainda pega,

E a mentira segue sendo o melhor abrigo...

Saíram à sacada para atender os apelos,

sedar o “Gigante” com tragos de maconha;

Renan num farraFAB foi implantar cabelos,

Se ao menos fosse pra implantar vergonha...

Carecas de saber, esse furúnculo não cessa,

Por justo que seja o clamor, inútil ele fica;

As melancias que como o corpo processa,

Se alguém duvidar, o meu mijo testifica...

Mas, à essa laia sou salmão ante o urso,

Jeitinho e mais jeitinho verte de sua lavra,

Inflacionam sempre o tamanho do discurso,

E tiram todo o sal das ensaiadas palavras...

Não me iludo, outrora, já fui mais bobo,

Hoje, ao tempo vivido meu cérebro faz jus,

Política não verte em ovelhas aos lobos,

milagre é doutra esfera, demanda uma cruz...