Terra Devassa

Abro lentamente a janela e vejo

O vento a correr em plena madrugada,

A lua é minha eterna e infinita namorada,

A noite, um átomo que alucina meus desejos.

O mundo é a inspiração que me incita a descrever

Os torvelinhos e a bonança do choro e do riso...

A vida, a luz que alumia as trevas e o Paraíso

Das fontes que derramam sobre a Terra o viço e o prazer.

Na seara da manhã percebo que uma lágrima de dor

Pranteia a desilusão de um universo sem cor

E de um sol que maltrata a seca caatinga...

O dia é uma inóspita vertente sem várzeas

Que tapeia as horas na crueldade das marchas

De um cenário póstumo que em mim respinga!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 21/12/2013
Código do texto: T4620778
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