SEM AMOR
Sou um ser sem quase nada
Apenas com a lua como meu cobertor
Ou a chuva que inunda o palácio a meu redor
Que são as ruas do mundo por onde ando abandonado
Ou a cadeia quando é humilhante o meu estado
Pois prendem-me por nada ter, nada fazer
Querem o meu palácio limpo do meu ser
E eu ando por aqui, sem o luxo de ter fome
Não tenho nem nome nem documentos, apenas um pelo qual sou conhecido: pobre
Já tive família, emprego, amigos e amor
Mas do tudo se fez nada, o frio é o meu calor
Para aguentar a vida que me resta
Que não sei se é pouca ou muita
Sei que estou só nesta eterna sesta
De andar a dormir acordado
Para não me lembrar que não sou bem-vindo em nenhum lado