Cotidiano enlouquecido
 
 
 
 
Todo vez que surge um ventre grávido
asfixiando as paisagens.


Toda vez que o tempo surge
contando os perfis perfilados
dos prédios cadavéricos.


Toda vez que o oeste arquiteta nuvens,
a não serem as escarlates.


Toda vez que as parabólicas
viram brinquedos bizarros.

 
Ao longe o poeta fica enlouquecido.
E suas palavras tornam-se abstratas
e o cotidiano um grande avanço sangrento
e longínquo de se compreender.
 
Os poetas só admiram as essências sonoplásticas
e cerúleas quando turbilhonam paz ao  cotidiano.
Preferem os cursos dos rios,
os alargamentos das ruas,
as fontes eternas do amar... Amar.
 
Querem a fome eterna de amar
a provável e  improvável terra que habita.
 
Toda vez que...
 

 
 
Edição de imagens:
Shirley Araújo

Texto: Cotidiano enlouquecido



 
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 14/12/2013
Reeditado em 14/12/2013
Código do texto: T4612144
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