Pedido ao Papai Noel
O trono da mentira rege sobre mim,
me faz automático, um súdito revel;
cambiando toda hora o não e o sim,
para que adulto creia em Papai Noel...
Ah se o tal velhinho mesmo existisse,
trazendo justiça que a Bíblia propõe!
Pediria que desse-lhes, se os visse,
O mesmo que dão aos que se opõem...
Mas existe o saco vermelho da lisonja,
Dos que trocam palpos por favores;
A sujeira continua alheia à esponja,
Usam-na, para macular os opositores...
Minha memória ainda é meu alento,
Enquanto meu corpo espera pelo solo;
Que as palavras que disseram ao vento,
O mesmo vento, lhes lance no colo...
Quisera um que chamasse no mango
Falasse bem mais que estou dizendo;
Que me importam os ossos do Jango,
é a minha carne que estão comendo...