Tua língua cospe
o veneno das urbes
tua língua macera
o veneno do inimigo
do diabo verde.

Velando tua língua
encolho, no encolho
o pus social, em vitro
ment'insana, que ofende.

Leitura crassa, insurgindo
cuspindo horrores do outro
circunstância, apego, ou fuga
escarrando, na cara do outro
inferioridade, à vista, se rindo...

Quanto cruel  ler e crer...
assim, tão só... mente...
nas entrelinhas, do (in)saber...
subindo nas paredes do outro
absorto, que deságua, torpe,
no outro, do outro, por outro
lado, do não saber.

Quanto custa ser e ter...
embianhado, no lado de lá,
de cá para lá... a saber...
o que há para se ver...
o que há para se coser.

Da tua cara 
 a tara
ao se perder...
arbitrando
labirinto...
do que...
houver
ainda...
ao se poder
tudo e nada
ao se coser
ponto a ponto
fecho- ecler
esfarrapado,
ao tecer
na teia
das paúras
do outro lado
ao se perder.

Bordando tudo
  comendo tudo
cabeça feita
Oca e louca
se perde
e se castra
por Si
  por Nós...
na boca
do Coisa
 Ruim
na boca
chinfrin
perdido
 por fim,
 Anti-Herói
que, corrói
dardoso, o fel
doce, veneno
viscoso
do Nada...
que, engulo
e não cuspo
 Fora!

 



 
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 25/11/2013
Reeditado em 28/11/2013
Código do texto: T4585895
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