Navios mercantes do século XXI
As pessoas ainda auferem, nos porões dos shoppings!
Onde não se vê, nos corredores escondidos
percorrem um povo que não se conhece muito bem
pessoas que passam despercebidas, mal nutridas, cansadas;
Nau sem remo, sem carvão, sem grilhões
nem cadência do tambor,
para à serpente dançar.
Os chicotes e o tronco
foram substituídos,
por demissões de senhores feudais modernos;
Senhores dono do mundo, dono de seus pensamentos.
Banheiros sem placas de proibição,
mas destinados aos senhores.
Escadarias que viram refeitório,
bancos escondidos tornam-se camas no intervalo.
O tempo é algo que elas não têm!
Jornadas estafantes,
O corpo cansado,
as contas vencidas,
e amanhã irá melhorar,
esquecendo que velhice vem junto.
Acreditam que a nau, é a única riqueza de suas vidas.
sufocados sem ar condicionado nos porões
comem no calor intenso;
Enquanto nas cozinhas elaboram pratos requintados,
que o serviçal, sem ser notado,
leva no carrinho,
para narizes empinados cheirar.
A beleza espalhada com toda pompa,
por todos os lados e andares da embarcação,
menos é claro nos porões.
Recebem as moedas, trocadas pelo sal;
Não existe motim moderno!
Escotilhas nos vestiários,
para verem a vida passar.