João do Morro
Psicopata
morto a tapa
descendo na ladeira da favela
engasgado nas estórias
que criou para sobreviver
das mentiras que o fizeram
endoidecer.
Foi do pai
da mãe
da tia
do irmão mais velho
e do filho que nem viu nascer.
Teve lá por entre algumas namoradas
não teve sorte Rosa
que no auge da psicopatia
pagou o pacto
foi mordida
dor que dói na canela.
cheiro de sangue.
Era fome
confundiu a carne.
Antes da bala
Que não virou doce.