O ESCRITÓRIO
Parede, divisória
É o que se vê para todo canto que olha
Mesa, cadeira e computador
Caneta, lápis, fax e ventilador
É papel, impressora e impressão
De gente que trabalha pra ganhar o pão
Dizem que já se foi à época da escravidão
Mas pergunta para o relógio que horas são?
- O seu João que horas termina o expediente?
Dá sete horas, mas não chega às seis!
Parede, divisória,
Mesa, cadeira, computador,
Caneta, lápis, fax, ventilador,
Papel, impressora e impressão
De que a hora nunca passa...
É sono? É fadiga?
É fome? Ou é lombriga?
Não sei!
Dá sete horas, mas não chega às seis...
Escaneia, faz planilha,
Tira cópia, faz uma ligação
Hora do almoço
Cochila
Quinto dia útil, melhor dia do mês
Mas todo dia...
Das oito horas às seis
É o escritório...
Escritório da alfândega, de contabilidade, do mercadão
Da empresa de uma multinacional
É salário fixo mais plano de saúde adicional
Será que quando a gente morre tudo acaba e não fica nada?
E tudo perde o sentido?
Ou será que existe um mundo invisível?
Palavras que não rimam, mas que combinam
Mais uma segunda feira fadigada
Na sexta é mais uma semana qeu acaba
O dia não passa, porém as semanas passam voando
Nesse escritório, nessa mesa, entre essas divisórias
Dividindo a vida entre oito e oito horas