O ESCRITÓRIO

Parede, divisória

É o que se vê para todo canto que olha

Mesa, cadeira e computador

Caneta, lápis, fax e ventilador

É papel, impressora e impressão

De gente que trabalha pra ganhar o pão

Dizem que já se foi à época da escravidão

Mas pergunta para o relógio que horas são?

- O seu João que horas termina o expediente?

Dá sete horas, mas não chega às seis!

Parede, divisória,

Mesa, cadeira, computador,

Caneta, lápis, fax, ventilador,

Papel, impressora e impressão

De que a hora nunca passa...

É sono? É fadiga?

É fome? Ou é lombriga?

Não sei!

Dá sete horas, mas não chega às seis...

Escaneia, faz planilha,

Tira cópia, faz uma ligação

Hora do almoço

Cochila

Quinto dia útil, melhor dia do mês

Mas todo dia...

Das oito horas às seis

É o escritório...

Escritório da alfândega, de contabilidade, do mercadão

Da empresa de uma multinacional

É salário fixo mais plano de saúde adicional

Será que quando a gente morre tudo acaba e não fica nada?

E tudo perde o sentido?

Ou será que existe um mundo invisível?

Palavras que não rimam, mas que combinam

Mais uma segunda feira fadigada

Na sexta é mais uma semana qeu acaba

O dia não passa, porém as semanas passam voando

Nesse escritório, nessa mesa, entre essas divisórias

Dividindo a vida entre oito e oito horas

Brenner Vasconcelos Alves
Enviado por Brenner Vasconcelos Alves em 11/11/2013
Reeditado em 12/11/2013
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