Madrugada

Na surdina da noite,

Um vulto corta o ar .

Corta o ar como um açoite,

Na surdina da noite .

Ela ?

Ele ?

O que importa ?

Fruto de um momento

impensado

De um prazer momentâneo.

O corpinho é dispensado .

Isso

Acontece todo ano .

Cadê a mãe,

Cadê o pai?

A neblina alta se vai.

O sereno naquele corpinho cai.

A criaturinha indefesa,

Não diz nem um ai ,

e ninguém

Pergunta :

Cadê o pai ?

Tão pequenino

e já conhece

A solidão da

madrugada fria.

Sofre em silêncio,

o rebento

Aquele que

conheceu a noite,

Não conheceu,

porém o dia.

E aquele jornalista

sensacionalista,

Encontra na sua lista

mais

Uma vida para

alfinetar.

Procuram a todo custo:

a mãe cruel,

Não se interessam

muito :

pelo pai infiel.

A vida dessa mulher

agora

vão

desvendar .

Lindalva
Enviado por Lindalva em 21/10/2013
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