LIBERDADE
Por entre barras de ferro frias,
Escuto na solidão da noite
Ecos de meus pensamentos
fustigando como duro açoite
envolvendo em sofrida vigília.
Dentro deste tormento, brota insana fantasia
Mais um sonho de liberdade
em que eu desapercebido entro
Rompendo portas de quartos escuros,
das memórias de reprimidos momentos:
O caminhar na rua debaixo do Sol
à procura de um rosto conhecido,
um cigarro um trago de álcool,
no vislumbre de um corpo de fêmea
o deslumbre de encontrar alma gêmea
barulho de crianças a brincar
numa casa simples, será que este era meu lar?
O devaneio se desfaz em dolorosa fumaça
já nem lembro mais quem eu sou
que crime cometi, se minhas mãos alguém matou.
Nesta cela em que sou esquecido,
dos meus crimes não mais me lembro
E espero quem sabe um dia
termine a noite de meu sofrimento.