LIBERDADE

Por entre barras de ferro frias,

Escuto na solidão da noite

Ecos de meus pensamentos

fustigando como duro açoite

envolvendo em sofrida vigília.

Dentro deste tormento, brota insana fantasia

Mais um sonho de liberdade

em que eu desapercebido entro

Rompendo portas de quartos escuros,

das memórias de reprimidos momentos:

O caminhar na rua debaixo do Sol

à procura de um rosto conhecido,

um cigarro um trago de álcool,

no vislumbre de um corpo de fêmea

o deslumbre de encontrar alma gêmea

barulho de crianças a brincar

numa casa simples, será que este era meu lar?

O devaneio se desfaz em dolorosa fumaça

já nem lembro mais quem eu sou

que crime cometi, se minhas mãos alguém matou.

Nesta cela em que sou esquecido,

dos meus crimes não mais me lembro

E espero quem sabe um dia

termine a noite de meu sofrimento.

Marcelo das Chagas
Enviado por Marcelo das Chagas em 11/10/2013
Código do texto: T4521372
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