CARÊNCIA AFETIVA
Em meus trinta e seis anos
de magistério, trabalhando
com adolescentes, pude
notar que, em muitos casos,
eles têm carência afetiva,
não quero afirmar que os
pais, na maioria das vezes,
não dão carinho necessário
aos filhos porque não gostam,
entretanto, diversas razões
ou mesmo desculpas poderão
ser apresentadas: excesso
de trabalho, preocupação
com as finanças, estresse
e ainda certas situações, que
podem ser tanto imprevistas
como delicadas. O lamentável
é ver que os filhos demonstram
ter essa carência, essa vontade
de serem mais notados, ou um
pouco mais paparicados; digo
isto porque, quando vejo um
deles muito inquieto, demais
para o normal, eu começo a
questioná-lo sobre o que seus
pais pensam sobre seu jeito,
seu mau comportamento, em
resposta, ele diz "Ah, meus pais,
eles nem ligam para mim, nem
se preocupam comigo!" Embora
saiba que alguns podem estar
mentindo, lá no fundo, percebo
que há um sentimento que não
é o de satisfação e nem o padrão
de uma família que se ama e,
de fato, demonstra o que sente
com afeto e carinho pelos seus.