Miséria

Ai, Miséria

Em chão repleto de espinhos

Em noite sem teto, no caminho

Por que maltratas

Os filhos da vida?

Migalhas de pão

Restos de lixo

Seres abjetos

Renegados a viver

No limbo

“Dignidade e Cidadania”

Pra quem foi feita esta Constituição!?

Caminho de paz só se faz

com direitos iguais

Em que mundo vivem

Estes seres exclusos de nossa eugenia?

Buscando sobreviver

Em meio a putrefatos

Excrementos de alheia vida

Mesmo sangue corre em suas veias

Mesmo sopro há na alma que os habita

Igual matéria, Igual valor

Filhos esquecidos pra dor

São transparentes, sem voz

O mundo passa, nem os nota e ao seu algoz

Quisera nunca encarar a agrura

De ver tal figura

Real, tão crua, repugnante

Um sonho de gente

Plantada em semente

Despojada de seiva para germinar

Com tão fracas raízes

Fadados estão seus galhos a secar

Oh, Miséria! (absorta em sua própria miséria)

Por que maltratas

Os filhos da vida?

ESTA POESIA FOI INSPIRADA EM UMA IMAGEM, MUITO FORTE E TOCANTE... A POESIA-IMAGEM PODERÁ SER VISUALIZADA ACESSANDO-SE O LINK: http://bp1.blogger.com/_erBnGkMTVWE/RiJOhf_wPgI/AAAAAAAAAAs/bGpkh9BYEgY/s1600-h/miséria.jpg

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"Extremamente forte. Infelizmente, extremamente real.

Tocante, belo e direto... ainda que ofensivo aos olhos e à alma.

Demonstrou (mais uma vez) uma das "obrigações" da arte!!!!"

André Oliveira - Escritor (http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=5306)

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Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 15/04/2007
Reeditado em 15/04/2007
Código do texto: T450440