Miséria
Ai, Miséria
Em chão repleto de espinhos
Em noite sem teto, no caminho
Por que maltratas
Os filhos da vida?
Migalhas de pão
Restos de lixo
Seres abjetos
Renegados a viver
No limbo
“Dignidade e Cidadania”
Pra quem foi feita esta Constituição!?
Caminho de paz só se faz
com direitos iguais
Em que mundo vivem
Estes seres exclusos de nossa eugenia?
Buscando sobreviver
Em meio a putrefatos
Excrementos de alheia vida
Mesmo sangue corre em suas veias
Mesmo sopro há na alma que os habita
Igual matéria, Igual valor
Filhos esquecidos pra dor
São transparentes, sem voz
O mundo passa, nem os nota e ao seu algoz
Quisera nunca encarar a agrura
De ver tal figura
Real, tão crua, repugnante
Um sonho de gente
Plantada em semente
Despojada de seiva para germinar
Com tão fracas raízes
Fadados estão seus galhos a secar
Oh, Miséria! (absorta em sua própria miséria)
Por que maltratas
Os filhos da vida?
ESTA POESIA FOI INSPIRADA EM UMA IMAGEM, MUITO FORTE E TOCANTE... A POESIA-IMAGEM PODERÁ SER VISUALIZADA ACESSANDO-SE O LINK: http://bp1.blogger.com/_erBnGkMTVWE/RiJOhf_wPgI/AAAAAAAAAAs/bGpkh9BYEgY/s1600-h/miséria.jpg
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"Extremamente forte. Infelizmente, extremamente real.
Tocante, belo e direto... ainda que ofensivo aos olhos e à alma.
Demonstrou (mais uma vez) uma das "obrigações" da arte!!!!"
André Oliveira - Escritor (http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=5306)
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