Batismo de Sangue
Quem sou eu?
Um jovem, um rapaz
Que nada aprendeu
Que não estudou
Que na vida só amargou
A falta de oportunidades
Não viveu; sobreviveu.
Sou fruto da realidade
Do descaso, do acaso
Da falta de igualdade
Que há neste País
Onde pobre é bandido
E precisa ser banido
Onde pobre é lixo
Que enfeia a cidade
Onde jovem carente
Não tem direito e dignidade,
É jogado na marginalidade
Para muitos não é gente.
Cada dia é uma luta
É uma triste labuta
Parece que é uma sina
Viver sem esperança
Sendo seres descartáveis
Pobres miseráveis
Jogados e usados
Como servos dos senhores
Engravatados e doutores.
Nesta terra de gigantes
Onde o pobre é errante
Um simples retirante
Sem direito a liberdade
Vitima, mas vista como réu
Que alimenta só com fel
Desta terra que para poucos
Jorra o mel.