Por Favor
Peço licença poética
Para denegrir e açoitar as diferenças
Pois pouco caso fazem sobre Antônio
Ele vive lá no Mato da Serra Negra
Onde nem energia chega.
Glamour do Futebol é balela.
Tantos outros que se ludibriam e
Incapacitados não conseguem
Nem sair da pré-escola
–Cadê a educação, cadê a saúde?!
Disse Antônio enojado.
Estão no Estádio Antônio! Está no campo!
Alguém irônico o respondeu.
Ele indignado discursou bravamente:
–Mentira, não vejo nada disso,
Vejo meus filhos morrendo de fome, sem educação
Televisão é luxo.
Mundo Moderno...paciência!
Já dizem alguns que a globalização vem
Pra dinfundir a multiculturalidade,
Fato verídico seria se a mesma fosse respeitada
Um querendo ter mais cultura,
Ou àquela desculpa de ter mais conhecimento
De ser mais civilizado e mais humano!
Balela!
Ser mais humano é saber respeitar as diferenças
É aprender a respeitar que cultura estranha ao nossos olhos
É de extrema importância para a construção da identidade de outrem.
Isso porquê Antônio de uma certa forma enxerga
A conjectura de onde vive, e de vez em quando recebe uns jornais
Aprendeu a ler e depois disso
Lembrou que a matemática, a física e a biologia
Foi aprendida no sacrifício, na labuta de cada dia
Contudo Antônio construiu seu pensamento crítico
Nas veredas do mundo.