PAPELÃO

PAPELÃO

Era uma caixa de papelão

De cinco camadas

Muito bem acabada

Que protegia um presentão

Presente de primeira linha

Muito bem embalado

Afinal lá dentro continha

Um sonho muito esperado

Aberta a encomenda

O papelão foi descartado

A fina oferenda

Na sala foi colocada

O fino papelão

Que protegia o mimo

Agora no minimo

Tem outra atribuição

Virou proteção

De um corpo doído

Que dorme no chão

E ninguém fica condoído

Embala agora um sono

De um desvalido

Em total abandono

Sem presente recebido

Talvez um dia quem sabe

O papelão embrulhe só presentes

E não vidas ausentes

Pela nossa desumanidade

Quem sabe

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 05/09/2013
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