PAPELÃO
PAPELÃO
Era uma caixa de papelão
De cinco camadas
Muito bem acabada
Que protegia um presentão
Presente de primeira linha
Muito bem embalado
Afinal lá dentro continha
Um sonho muito esperado
Aberta a encomenda
O papelão foi descartado
A fina oferenda
Na sala foi colocada
O fino papelão
Que protegia o mimo
Agora no minimo
Tem outra atribuição
Virou proteção
De um corpo doído
Que dorme no chão
E ninguém fica condoído
Embala agora um sono
De um desvalido
Em total abandono
Sem presente recebido
Talvez um dia quem sabe
O papelão embrulhe só presentes
E não vidas ausentes
Pela nossa desumanidade
Quem sabe