Fuga nesse sertão

Uma indagação sobre escolhas e saídas, mudanças e soluções.

Será melhor viver entre os sociais de sociedade urbana ou fugir para o calor de um vasto sertão capixaba que acho não ser Espírito Santo de Vitória, mas sim uma região de estado que não tem nome de lugar, sendo uns cognomes de pessoas pelo sotaque quase igual.

Sempre é encontrado no sertão apenas calor e sequidão que torna o que não seria a vaidade daqui, e sim humildade de uns km´s dessas microrregiões para outras. - E iremos...

Embora o lugar seja tão árido a conduta do dia a dia é mais indescritível que as linhas das mãos que não tocaram a terra da caatinga na manhã do interior.

A sociedade tipicamente é controversa, tanto ás que escrevem com papeis, como as de enxada rabiscada no arauto da semente secando-se ainda em vida.

No tocante as relações climáticas: se perto o longe; a cor; o calor; e a expectação da emoção é matuta, é madura.

Sofre-se o campo sozinho no calor que o esquenta, como também se irrita nesse queimar o acompanhado que esteve lá, e de calmo agitou-se logo fugindo.

A chuva adiada não atrapalha o que anda de uma ponta a outra reclamando não querendo um pingo de gota.

E a chuva bem vinda é esperada para o que aguarda por um pingo da gruta que soa na rocha não permeada no campo decerto pasmado.

Qual das duas formas é melhor de viver?

Bem, nos lugares de casas juntas não temos cactos, e nas casas longe da longa separação não vemos mansão.

Se acaso encontrasse só, sentisse saudade.

No mesmo tempo em que estando com alguém prefere está a só diferentemente de está sozinho obrigatoriamente.

Porque nesse homem social há um ser rural de aprendiz, ruralizado no desassociado não reeducado que reluta o sol mais quente na primeira hora dos menos ardentes no segundo minuto de relutação seguinte do prosseguir, tendo nesse termo o mesmo sol pareado de uma única luz dividida que ambos partilham daqui e dali.

Vivendo nesse andar sobre pés rachados como nos pés calçados sem a preocupação de que não é o chão descalço de rachaduras que calcará as calçadas vestidas que lhes cansa nas pegadas pesadas.

Vimos uma cabeça roçada em um ponderado chapéu de palha pela enxada nas costas balançante de camisa molhada por “sangue transparente” de acolhimento que não é comum em nossa suburbana.

Nessa altura de menino vemos esse brotar que revela uns grãos de pequenas esperanças, como o som de sanfona noturna trazendo no fundo do quintal o encontro dos sanfoneiros com os dedos a traçar.

Numa estação de cantos nordestinos movimentando a zona rural para uma breve parada de reflexão sobre a cidade distante que conhecemos como lar.

De Casinhas de fuga que desejara matar a sede na seca do gado no mato, da família na moradia de tábuas estreitas, no barro de tom seco das cores simples de vermelho cinzento das cidades do sertão.

Paulo Nascimento.

Paulo Bezerra (Galícia) Espanha
Enviado por Paulo Bezerra (Galícia) Espanha em 27/08/2013
Reeditado em 01/05/2024
Código do texto: T4454179
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