Pequenino Ser

Indefesa sozinha sem abrigo

Caminhando vais por essa vida

Sem um teto, sem pão, sem um abrigo

Ó Criança! Ingênua e desvalida

Exausta de fome, enfraquecida

Nesse mundo cruel de desventura,

Vais passando assim despercebida,

Pequenino Ser. És criatura...

Olhas e vês, pequenina luxuosa

Criancinha brincando tão feliz,

No jardim dessa vida cor-de-rosa

contemplando pequenos colibris.

De ternura só tens a inocência,

E um meigo olhar empobrecido.

De real só tens a existência

De um aroma quase apodrecido.

Crueldade!...Talvez da natureza,

Ou daqueles, que te negam o pão?

Vais crescendo criança sem beleza

Do inferno da vida sendo cão.

Passa o dia, o sol ardente queima

Tua face de criança enrrugada

E a noite de lua fria e meiga

Vai queimando teu corpo na calçada.

Sobre plumas em berços embalados,

Quantas agora!...Dormindo sorridentes,

Quantas!?...Como tu abandonadas

Sob o véu dessa lua descontentes.

Dá-me tua mão frágil criança,

Não chores, teu mundo é maravilhoso.

És de Deus, ser humilde, a esperança

Desse mundo insano e vergonhoso.

BLopes
Enviado por BLopes em 11/04/2007
Código do texto: T445374