DOMINA(DORES)


Eles querem sempre o perdão,
Querem um pouco mais de paciência,
Eles querem um refrão,
Que tenha a palavra inocência.

Eles sobem nos palanques,
Discursam com eloqüência,
Eles querem o nosso sangue,
Sem a menor clemência.

Eles só pensam em possuir,
Ignoram a decência,
Eles não estão nem aí,
Dane-se a coerência.

Eles fazem de tudo,
Pra comprar a nossa consciência,
Do anormal ao absurdo,
Caráter em decadência.

E nós; o que estamos fazendo?
Onde está a nossa veemência?
Aos poucos estamos perdendo,
A suavidade da cadência.

Se continuarmos calados,
Nessa inconsistência,
Eles estarão sempre alados,
E de nós; só restará reminiscência.