Justiceiros e Joaquins
Um negro reensinando
a decência
ao mesmo tempo em que
nos ensina
que a cor da cútis
é um mero detalhe
quando mais vale
o amor ao próximo
próximo ou distante
a vida não é brinquedo
e nem o ser humano marionete.
Não puxamos charretes
temos o livre arbítrio
o poder da decisão
no Supremo ou não
só não podemos
sepultar pessoas
decidir errado por elas
menosprezar as favelas
e seus moradores
decentes também
se bem
que com menos recursos
e isso apenas em alguns casos
e não é por acaso
que é o carvão que escreve
suplantando o consagrado giz
um verniz novo
nas velhas caras de madeira
mostrando e provando
que ainda é possível a dignidade
palpável a verdade
quando na realidade
o tempo em que passamos por aqui
por empréstimo
tem que ter forma
e vivido da melhor forma
pra nos formarmos
ou nos reformarmos
dentro dos princípios morais
e éticos
pois tornou-se patético
o jeitinho
do sujeitinho nos deixando
expostos
quando a dura carga de impostos
financia os mensalões da vida
atingindo o BRAVO POVO BRASILEIRO
hospitaleiro e hospitalizado
envergonhado e indignado
com o trapo em que estão tentando transformar
a sua já DESONRADA BANDEIRA
hasteada num mastro, de cabeça pra baixo
como cabisbaixos estamos
nos sentido traídos também
por alguém e outrens
de uma forma absurda
na tentativa de formação
de uma pátria muda.
Mas parece que enfim
surgiu um justiceiro
não vestido de negro
como os nossos antigos heróis
negro sim
e com a sua toga
também da mesma cor
imitando o sabor do açúcar
aproximando-se do sabor do sal
e demonstrando que ambos
são brancos
e que as cores dos alimentos
podem nos trazer o bem
assim como podem nos fazer mal
e o que precisamos
ao colhê-los
é escolhê-los bem
e sem agrotóxicos
e que até a indústria
do tóxico
passa pelo Planalto
onde ficam os corredores da omissão.
-E SEGUE O JUSTICEIRO EM SUA ÁRDUA MISSÃO.
Para pintar a sua casa
a cor escolhida é sua
opção
mas estarem limpas as paredes
já é sua obrigação
para um serviço bem feito
ou não.