Ruas solitárias
Ruas solitárias
Tão vazias,
Por demais barulhentas,
Cruel
Totalmente banal.
Em sua rota,
Nada é páreo,
Sinistramente torta.
Olhares em faces,
Sem expressões,
Torrões de areia
Mortes em suas emanações.
Traiçoeiros são os ventos,
Que juntamente a escuridão, carrega o homicídio.
Uma cratera aberta
Tumor maligno,
Sem anistia.
Entre mulheres, homens e crianças,
Não há redenção,
Rompimento de alianças,
Frente ao regresso, meio a involução.
Torna-se obsceno,
Sem pudor algum,
A tarja da censura é a realidade.
O odor,
Horrivelmente inalado,
Fator
Do ódio a olhos gerados.
A pesada embriaguez,
Aliada ao sono, forma de apagão
Falsa piedade em moeda de burguês.
Acho que não há misericórdia,
Para sentença da lei do mais forte,
Discórdia
Na casa da própria sorte.
Não compartilhado,
O sorriso de alegria,
Entrecortado
Riso de euforia.
A perversa malícia,
Bastarda verdade,
O verme de milícia
Apodrecendo em falsidade.