A valsa do capital

Aquela música! A música... Ainda escuto-a

Ternos caros e vestidos deslumbrantes desfilam

em cima de corpos escravos vazios!

No meio de todos, mas no meio do nada

Acompanhando o ritmo, só para fazer parte

de uma mera dança.

Por que dançar igual a todos?

Por que não fazer meu próprio ritmo?

Por que não cantar a minha própria música?

No baile ou você segue a dança

Ou escorraçam-no do salão.

Preferia só olhar, assistir uma queda eminente.

Enquanto eles giravam...

Enquanto eles comiam...

Enquanto eles bebiam...

Enquanto eles consumiam, eram consumidos.

Mas, o inevitável veio a meu encontro.

Aos poucos a música entrava em minha cabeça

Estourava meus tímpanos,

Adentrava dilacerando cada fio de minha consciência!

Depois de me machucar, me abraçou, me beijou

E soprou em meu ouvido.

Quando menos esperava, lá estava eu

No drinque da soberba,

Dançando, acompanhado, em um ritmo banal

Envolvido na valsa do capital.

Daniel Vitor (valsa do capital - 2013)

Daniel Vitor de Almeida
Enviado por Daniel Vitor de Almeida em 07/08/2013
Código do texto: T4424335
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