Os pedintes
Estende a mão pra caridade,
Mas quem só pensa em maldade,
Como poderá lhe ajudar?
Dizem que ele é vagabundo,
Mas se sente um moribundo,
Sem ter lugar pra ficar...
Num dia lindo de sol,
Lhe deram cama e lençol,
Num abrigo municipal.
Ele, sem parente e amigo,
Pensou que aquele abrigo,
Fosse cama de hospital,
Mas já no dia seguinte,
Mesmo sendo um pedinte,
De novo voltou pra rua...
Perguntou a um soldado,
E ele, mal humorado,
Lhe disse: - é a sorte que é sua!
Por causa de alguém importante,
Dignitário visitante,
Mandaram desinfetar,
Os becos, ruas e vielas,
E até mesmo nas favelas,
Ninguém poderia ficar...
Mas já bem velho, doente,
Apelou para um crente,
Que não quis lhe aceitar...
Na porta de uma igreja,
Pra ser bem visto, ele seja,
Foi tentar se instalar.
Mas o ponto era valioso,
Porque o povo piedoso,
Dava esmola pra ajudar...
Foi dali escorraçado,
Feliz por não ter apanhado,
Uma surra sem igual!
Então, uma pobre coitada,
Que ficava encostada
Num saco, todo imundo,
Lhe disse, baixo, entre dentes,
Com medo de inconfidentes
Botar a boca no mundo:
- Agora a coisa anda feia,
Não tem almoço nem ceia,
Por causa dos viciados!
- Como assim, ele perguntou,
Eles são fora da lei,
E quais são os seus pecados?
- Alguns bebem cachaça,
E quem toma dessa taça,
Escangalha a sua vida...
Perde o seu emprego,
Filhos, mulher e chamego,
Por causa da bebida preferida!
Depois disso, companheiro,
Calçada vira banheiro
E o povo foge da gente!
- Bem pior é o outro vício,
Que mata desde o início,
A cocaína e o craque!
Diga o seu nome, amiga,
Antes que eu prossiga,
Na minha eterna caminhada...
- Meu nome é Margarida,
Nome da flor tão querida,
Pra ninguém dele esquecer...
Mas o seu, você não disse,
Não venha com gabolice
Dizer ser Napoleão!
- Ainda não sou demente,
Sou um pobre, simplesmente,
Que pede esmola e pão!
- Mas não me disse seu nome,
Será por causa da fome,
Ou já não sabe, esqueceu?
- O meu nome é original,
Não tem nenhum outro igual,
O meu nome é Orpheu!
- O Orpheu do carnaval?
- Se assim é que lhe apraz,
E se tanto bem lhe faz,
Fica sendo, não faz mal!
E Orpheu e Margarida,
Se uniram nessa vida,
Com tão pouco, quase nada...
Mas caminharam unidos,
Com seus trapos, entretidos,
Aquecendo-se na madrugada...
Essa é uma epopeia que ofereço a vocês, se gostarem e quiserem ver a continuidade, digam, que depois das minhas merecidas férias eu continuarei... Talvez tenha um final feliz! Enquanto isso um abraço para todos.
Estende a mão pra caridade,
Mas quem só pensa em maldade,
Como poderá lhe ajudar?
Dizem que ele é vagabundo,
Mas se sente um moribundo,
Sem ter lugar pra ficar...
Num dia lindo de sol,
Lhe deram cama e lençol,
Num abrigo municipal.
Ele, sem parente e amigo,
Pensou que aquele abrigo,
Fosse cama de hospital,
Mas já no dia seguinte,
Mesmo sendo um pedinte,
De novo voltou pra rua...
Perguntou a um soldado,
E ele, mal humorado,
Lhe disse: - é a sorte que é sua!
Por causa de alguém importante,
Dignitário visitante,
Mandaram desinfetar,
Os becos, ruas e vielas,
E até mesmo nas favelas,
Ninguém poderia ficar...
Mas já bem velho, doente,
Apelou para um crente,
Que não quis lhe aceitar...
Na porta de uma igreja,
Pra ser bem visto, ele seja,
Foi tentar se instalar.
Mas o ponto era valioso,
Porque o povo piedoso,
Dava esmola pra ajudar...
Foi dali escorraçado,
Feliz por não ter apanhado,
Uma surra sem igual!
Então, uma pobre coitada,
Que ficava encostada
Num saco, todo imundo,
Lhe disse, baixo, entre dentes,
Com medo de inconfidentes
Botar a boca no mundo:
- Agora a coisa anda feia,
Não tem almoço nem ceia,
Por causa dos viciados!
- Como assim, ele perguntou,
Eles são fora da lei,
E quais são os seus pecados?
- Alguns bebem cachaça,
E quem toma dessa taça,
Escangalha a sua vida...
Perde o seu emprego,
Filhos, mulher e chamego,
Por causa da bebida preferida!
Depois disso, companheiro,
Calçada vira banheiro
E o povo foge da gente!
- Bem pior é o outro vício,
Que mata desde o início,
A cocaína e o craque!
Diga o seu nome, amiga,
Antes que eu prossiga,
Na minha eterna caminhada...
- Meu nome é Margarida,
Nome da flor tão querida,
Pra ninguém dele esquecer...
Mas o seu, você não disse,
Não venha com gabolice
Dizer ser Napoleão!
- Ainda não sou demente,
Sou um pobre, simplesmente,
Que pede esmola e pão!
- Mas não me disse seu nome,
Será por causa da fome,
Ou já não sabe, esqueceu?
- O meu nome é original,
Não tem nenhum outro igual,
O meu nome é Orpheu!
- O Orpheu do carnaval?
- Se assim é que lhe apraz,
E se tanto bem lhe faz,
Fica sendo, não faz mal!
E Orpheu e Margarida,
Se uniram nessa vida,
Com tão pouco, quase nada...
Mas caminharam unidos,
Com seus trapos, entretidos,
Aquecendo-se na madrugada...
Essa é uma epopeia que ofereço a vocês, se gostarem e quiserem ver a continuidade, digam, que depois das minhas merecidas férias eu continuarei... Talvez tenha um final feliz! Enquanto isso um abraço para todos.