Poesia de páscoa

Páscoa

Renascimento

Morte na cruz

Gemidos humanos

Deuses confabulando

Milagres secretos

Escondidos no cotidiano

Árvores sussurrando com o vento

Ventos esfiapando-se em brisas

Matutinas

E liquefeitas em orvalhos

Que depois, muito depois

Se transformam em lágrimas furtivas

Furtadas da vida

Entre veredas e arestas

Entre concreto e florestas

Vida de espinho

Que fez a coroa de cristo

Que fez da rosa um labirinto

Atingível e inatingível

Misto de dor e fascinação

Bebo no cálice

O vinho das almas

Fermentadas em suas histórias

Fossilizadas nos ossos da face

Nas rugas de

Expressão

Bebo no cálice da ceia

Sagrada e secreta

Dos pães não multiplicados

Da feia miséria

Lá fora

Que faz da

Da vida

Uma teia bandida

E rendida

De dores coroadas

De sabores não decifrados.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 07/04/2007
Código do texto: T440651
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