Poesia de páscoa
Páscoa
Renascimento
Morte na cruz
Gemidos humanos
Deuses confabulando
Milagres secretos
Escondidos no cotidiano
Árvores sussurrando com o vento
Ventos esfiapando-se em brisas
Matutinas
E liquefeitas em orvalhos
Que depois, muito depois
Se transformam em lágrimas furtivas
Furtadas da vida
Entre veredas e arestas
Entre concreto e florestas
Vida de espinho
Que fez a coroa de cristo
Que fez da rosa um labirinto
Atingível e inatingível
Misto de dor e fascinação
Bebo no cálice
O vinho das almas
Fermentadas em suas histórias
Fossilizadas nos ossos da face
Nas rugas de
Expressão
Bebo no cálice da ceia
Sagrada e secreta
Dos pães não multiplicados
Da feia miséria
Lá fora
Que faz da
Da vida
Uma teia bandida
E rendida
De dores coroadas
De sabores não decifrados.