A semelhança é mera coincidência

Em Pindorama, país de patranhas

Há maus políticos que não têm jeito

Prometem tudo em campanhas

Mas, depois dos calhordas eleitos

Entram em conchavos e artimanhas

E tudo que foi prometido é desfeito.

O povo sofrido logo se esquece

Das mazelas e dos desgovernos

Engabelado, até de fome padece

Fica engessado e quase enfermo

Refém da pobreza que só cresce

Enquanto vê os ricos mais soberbos.

Os parlamentares cheios de manha

Legislam em causa própria seus direitos

Esquecem-se do povo que acompanha

Suas trajetórias e todos os seus feitos

Aí chafurdam com tamanha sanha

Visando a reeleição no próximo pleito.

Nesta terra, em se plantando tudo dá!

Disse Caminha com ufanismo e verve

Porém os políticos do toma-lá-da-cá

Abusam do é dando que se recebe

Tanto se locupletam do que nela há

Que futuramente pra nada mais serve.

Corrupção e impunidade são males

Que conduzem um país à degradação

Deixa a sua segurança em frangalhos

E sua economia na eterna contramão

Pindorama cultiva bem esses atalhos

E procrastina, há tempo, a educação.

A grande nação está deveras doente

Todos repetem esta situação amiúde

Porque os governantes são indolentes

E não cuidam como se deve da saúde

Seu estado deplorável já é comovente

Precisa urgentemente de quem a ajude.

Está chegando, ao limite, a paciência

De um povo que vive tenso e inseguro

Pela crescente escalada da violência

E está assustado e trancado intramuros

Porque bandidos sem dó nem clemência

Espalham terror e impõem jogo duro.

Tudo continua caótico como dantes

As drogas grassando em grande escala

E, no impoluto (?) quartel de Abrantes

Quem se dá bem são os “metralhas”

Que, do nepotismo são fieis amantes

E da infeliz falta de ética nem se fala.

Para conseguirem algumas míseras migalhas

Os súditos quedam-se em longos rapapés

Mas, o Rei, em seu trono, nem se abala

Restam-lhes, então, não perderem a fé

Porque milagres tardam, mas não falham

Quando o Arquiteto do Universo quer.

Valmari Nogueira
Enviado por Valmari Nogueira em 24/07/2013
Reeditado em 27/03/2018
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