MENINO DE RUA

Querido infante

Com aura vibrante

É moleque arisco

Não tem compromisso

Já manda rasteira

Em quem dá bobeira

De achar com desdém

Que você é ninguém

Seu sorriso tem gosto

De quem deu desgosto

Para qualquer um

Que te trata incomum

Menino de rua

Que sina a sua

Anda sem destino

Com o corpo franzino

Curte o que sente

A droga presente

Não é abandonado

É só desamparado

A família não tem culpa

Pois tem a desculpa

De pensar em querer

Poder sobreviver

Criança lhe quero

Ainda espero

Contigo estar

Poder te falar

Com rosto despido

Deixar ser ouvido

Quebrar o ferrolho

De ser um restolho

E te acolher