MARITACAS
Hoje, bem cedinho, veio à minha janela me acordar
Uma maritaca muito escandalosa:
“Acorde, sua preguiçosa. É hora de trabalhar!”
Virei para o lado, desobediente,
Sem ânimo para levantar-me.
Ela, então, pôs-se a cantar, com voz estridente:
“IÉ, IÉ, IÉ! ACORDÁ, ACORDÁ, ACORDÁ!!! IÉ IÉ IÉ!!!!
Cruz credo, cantoria mais desafinada!!!
Não houve outra maneira: pus-me em pé.
Vendo seu dever cumprido, ela deu meia volta.
Suspirei aliviada e agradecida
Por ela ter-se ido embora.
Foi quando tudo silenciou à minha volta.
Compreendi então, que era sonho apenas,
Pois, na cidade, quase não há mais fauna e flora.
A natureza ameaçada: em lugar de árvores, prédios.
Garrafas e lixo onde outrora os peixes nadavam.
Todo o tipo de degradação, mas há remédio.
Trocar o carro pelo par de tênis e a bicicleta!
Jogar lixo no lixo, praticar a lei dos 3 R’s!
Deixar de lado o comodismo, e replantar as florestas.