SOMBRAS DO PASSADO II

Noite fria e sem luar...

Num beco escuro surge uma figura,

Corpo alquebrado e roupas em farrapos.

Cambaleante vai caminhando devagar,

Seus passos lentos vão à procura de um bar.

Está faminto, mas o vício é mais forte...

Seu instinto o leva sempre ao mesmo lugar,

O seu refugio é no pequeno bar.

Ainda restam-lhe uns trocados e chama o garçom,

Com o copo cheio de uísque barato,

Vai sorvendo a bebida em pequenos goles.

Seu pensamento sombrio e difuso

Volta ao passado longínquo...

Quase nem se lembra mais de sua vida,

Somente as sombras do passado ainda restam.

Em meio às lembranças nebulosas...

Aparecem alguns rostos não estranhos,

Parecem até bem familiares,

Mas não consegue lembrar seus nomes.

Faz muito tempo que vive perambulando

Pelas ruas e becos da grande cidade,

Que nem saberia mais da sua origem.

Vive agora na sarjeta e nos bares,

O passado para ele é uma incógnita.

Apesar da sua embriaguêz...

Demonstra ter muito conhecimento...

E uma boa educação familiar.

Quem seria esse homem solitário!?

Perdido como tantos... nesse mundo cruel...

Do vício e do abandono.

Vivendo das sombras do passado...

Neste seu mundo real e presente.

There Válio – 07-07-13