UM TEMPO DEPOIS...

Uma mera aventura?

Uma doce ilusão?

O jogo da dúvida perdura

Atiça o medo da censura

O passo em falso de minha paixão.

Esmero-me...sozinha te preparo.

A vida te consagra em meu ventre virginal.

Antes o pensamento tão claro,

Sustentou-me feito anteparo

Ao meu sonho sobre humano e pessoal.

Que se fez desfeito, desnudo,

No adeus frio de um desejo.

Que não mais baldio, sem conteúdo,

Sobrevive, sobretudo

Em razão desta filha que ensejo.

Que se modela e anseia espaço

Nos corações ocupados pelo juízo perverso

Das consciências vencidas pelo cansaço

De olhar as linhas da vida como mero traço

Como os rabiscos gestados nestes versos.

A ti se soma meu corolário de valores

Onde longe de admitir-te que me impecilhas.

Ocuparás a primazia entre todos meus amores

A poesia de cânticos e louvores

Que pelas mãos de Deus me trazes-te como filha.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 26/06/2013
Código do texto: T4358700
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