UM TEMPO DEPOIS...
Uma mera aventura?
Uma doce ilusão?
O jogo da dúvida perdura
Atiça o medo da censura
O passo em falso de minha paixão.
Esmero-me...sozinha te preparo.
A vida te consagra em meu ventre virginal.
Antes o pensamento tão claro,
Sustentou-me feito anteparo
Ao meu sonho sobre humano e pessoal.
Que se fez desfeito, desnudo,
No adeus frio de um desejo.
Que não mais baldio, sem conteúdo,
Sobrevive, sobretudo
Em razão desta filha que ensejo.
Que se modela e anseia espaço
Nos corações ocupados pelo juízo perverso
Das consciências vencidas pelo cansaço
De olhar as linhas da vida como mero traço
Como os rabiscos gestados nestes versos.
A ti se soma meu corolário de valores
Onde longe de admitir-te que me impecilhas.
Ocuparás a primazia entre todos meus amores
A poesia de cânticos e louvores
Que pelas mãos de Deus me trazes-te como filha.