Prostituta do mundo capitalista
Uma lágrima cai entre meus irmãos
Uma dor se espelha pelo canto
Dentro do peito um sentimento de humilhação
Lá fora meus braços valem tanto!
Um esforço, um pedido...
Dentro da noite em sonhos aparece a esperança
Nas chicotadas escapa a palavra maldito
Dita na inocência de uma criança
Que apanha sem ter motivo
E mesmo assim eu sobrevivo.
No escurecer da madrugada meu amor se revolta
No anoitecer toda lágrima se transforma em mágoa
No céu as estrelas parecem estar voltadas para minha tristeza
No grito do meu senhor
Um choro por dentro de rancor!
Uma nuvem se aproxima
E o chicote corta minha pele
Como uma lima que afiada
Corta o ferro para a manutenção de outro operário
Que apanha por um salário
Para se iludir de cachaça.
Assim continuo minha jornada pela miséria
Passando em madrugadas frias por vielas
Comendo resto...
Do resto de outra vida
Que foi vítima do mundo capitalista!