Mãos ao alto!
Vi o crime acontecer na minha frente
Impotente, observei sem fazer nada
Minhas pernas paralíticas de medo
Minha mão estava tremula e suada.
Uma vítima, uma moto, dois delinqüentes
Imaginei talvez o meu futuro
Homem de bem que sou e indefeso
Onde eu vivo não há porto seguro!
E a polícia que passeia em belos carros
Ou em motos, onde estão que não respondem?
Os marginais transitam livremente
Enquanto os inocentes se escondem!
Qualquer barulho já me amedronta
Eu tenho medo do moleque de capuz
O perigo está em toda parte
Noite ou dia, escuridão ou luz.
Tenho trauma do trauma que sofri
Fico tremendo só de me lembrar
O mesmo medo que paralisa os membros
O mesmo medo que me impede de falar...
Não lembro do rosto, apenas do que ouvi
"Fica quieto", "coloca as mãos pro alto"
Foi o momento mais longo que vivi
"Me passa tudo", "Isso é um assalto!"