HOMO VOICE. “A Marcos Bagno”
Gosto das palavras desdentadas
Cruamente como são ditas
Palavras agropecuárias,
Malditas... das periferias.
Não gosto da palavra estéril
Oca, palavra de monastério,
Sem ego, sem eco, que é contra
E que não encontra o mistério,
Gosto da palavra dura
Desditada que nos cura
Palavra que sem candura
Denuncia as ditaduras.
Não gosto das que inter-ferem
E proferem a proibição d’ação
As que pela inibição que fere
Aferra-nos nesta prisão...
[Silêncio.]