DECANO I
Sempre foste extra-terrestre!
Foste matemático, hoje mestre,
pois fugiste da estátua sedestre
defendendo a tese em semestres!
Ensinaste aluno acéfalo sem face,
que ficava com inépcia na classe,
deixando o professor no impasse,
num beco sem saída, sem repasse!
Foste meu mentor, GPS e norte!
Foste meu orientador e suporte!
Me fizeste pensador crítico e forte,
cuja orientação é meu passaporte!
Eu existo, rápido eu penso, logo
desisto de giz e lousa e me afogo
no mar de uvas de um enólogo,
na solidão de monólogo! Rogo!
Apago a lousa! Abandono o giz!
Ficou cicatriz! Estou até feliz!
Me aposento! Sax, instrumento!
Tomo assento! Jazz, meu momento!
Foz do Iguaçu, 28/09/2011