Pedrinhas Brilhantes
Saudades da infância e da ignorância
Do não ver e o não saber
Saudades de um tempo em que a arrogância
Comigo não vinha ter
Saudades de choros e rogos
Por um brinquedo ou doce qualquer
Não era choro inconsolável
Como o choro de uma mulher
Saudades da alma livre
P'ra recrear-se e viver
Sem doloridas arestas
A cortar-te, enfraquecer
Saudades de pensar que a vida
Fora feita p'ra felicidade
Sem o fugir fatigante diario
Da caçada da maldade
Saudades de imaginar nuvens no céu
Como feitas de algodão
De procurar pedrinhas brilhantes
No meu quintal, no meu chão
Saudades do passado
Porque futuro não dá p'ra imaginar
Desde que roubaram no mundo
O desejo de se sonhar