NEM SEI
Nem sei se adianta falar,
nada deve servir gritar,
e o que vale chorar?
O que Lobato e Barreto
há um século escreveram,
como continua atual!
Pobres Jecas Tatu!
Pobres Policarpos Quaresma!
Estais no morro ou na vida da rua?
Nem sei se adianta escrever.
Mas como hei de agir,
se é só isto que sei fazer?
Nem sei se você me entende.
O que pode valer
uma dupla indignação?
Mas há alguém que sabe
e sabe muito bem;
é aquele que tuudo tem
e ainda qyer mais.
Por isso o ar aquece,
o outono de calor aborrece,
o verde fenece ou apodrece,
o buraco de ozônio cresce,
o tráfico do morro desce,
a ignorância cresce
e a vítima aparece.
Nem sei se adianta escrever
poema social!
O povo pobre não sabe ler,
e o rico nem quer querer.
Os excluídos não acessam a net,
os internautas se distraem
e meus versos fatalmente caem
no mais obscuro esquecimento.
Sou obstinado e revoltado,
poeta indignado
com cem anos de modernismo.
Nem sei se adianta falar,
nada deve servir gritar,
e o que vale chorar?
O que Lobato e Barreto
há um século escreveram,
como continua atual!
Pobres Jecas Tatu!
Pobres Policarpos Quaresma!
Estais no morro ou na vida da rua?
Nem sei se adianta escrever.
Mas como hei de agir,
se é só isto que sei fazer?
Nem sei se você me entende.
O que pode valer
uma dupla indignação?
Mas há alguém que sabe
e sabe muito bem;
é aquele que tuudo tem
e ainda qyer mais.
Por isso o ar aquece,
o outono de calor aborrece,
o verde fenece ou apodrece,
o buraco de ozônio cresce,
o tráfico do morro desce,
a ignorância cresce
e a vítima aparece.
Nem sei se adianta escrever
poema social!
O povo pobre não sabe ler,
e o rico nem quer querer.
Os excluídos não acessam a net,
os internautas se distraem
e meus versos fatalmente caem
no mais obscuro esquecimento.
Sou obstinado e revoltado,
poeta indignado
com cem anos de modernismo.