Diamante cinzento

Morada inebriante.

Ela finge, insiste, consiste.

Em rubis e tropeços.

Cores e medos.

Sons em cornetas...

Desequilibrando, desaquarelando.

Comunicando e anunciando.

A noite e o frio da alma quente.

Da cidade doente.

Feridas!!!Uma constante.

Multidão, interrogação, solidão.

Um diamante enlouquecido.

Viajante do cosmo.

Ilha urbana.

Chave e prisão de portas.

Que nunca se abrem.

Viajar, viajar...

Viajante.

Viagem!!!

O todo em minúsculas partes.

Assim canta o universo.

Assim desencanta a cidade.

Do micro ao macro.

Da mais ínfima parte de tudo.

Ao todo em moléculas quebradas.

Números, conjuntos, intervalos.

Equações!!!

Vassouras violentas.

Dilantando o indizível.

Caminhos desconhecidos.

Assim é a cidade...

Tão estranha e tão absurda.

Tão escandalosa e tão calada.

Tão sutil quão delinquente.

Dissimetria vulcânica.

Cala corações e mentes.

Em ninhos de prego.

Que mata e mente.

Ruas, sementes.

Crianças inquietas.

Nao se entende nada.

Humanos confusos.

Cidade do vilipêndio.

Te vejo aqui dentro de mim.

Em espelhos e trânsitos.

Que passam e nunca passam...

Ricardo Leal (Ponta de Diamante)
Enviado por Ricardo Leal (Ponta de Diamante) em 17/05/2013
Reeditado em 24/09/2022
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