Poeta!
Teus versos cálidos fascinam
os de amor as trevas iluminam
Levam alentos à tristeza ingrata
esperança que desilusão até mata
No longinquo sertão apaixonado
entre a seca e a fome escreve
e na árida terra o solo amado
beleza agreste então descreve
Nos pampas chimarrão companheiro
fiel às tradições poeta altaneiro
louva seus heróis em alto brado
orgulho de ser brasileiro de fato
Na imensidão do mar os pescadores
alheios às amarguras da vida afora
Jogam suas rede também suas dores
Recolhem o alimento e vão embora
Nos campos gerais riquezas naturais
em forma de grãos espetáculos rurais
ao balanço dos ventos cantam felizes
à espera da colheita e dos aprendizes
No terreno baldio ruídos constantes
máquinas e homens burburinho geral
sincronia exata em poucos instantes
vislumbra-se ali uma bela catedral
Violência urbana e a natureza rebela
avidez do homem contra a terra bela
domínio do ter e esquecem do futuro
a extinção do que há hoje de puro
Nos lixões das cidades juro que vi
seres humanos buscando o que comer
miséria completa vergonha eu senti
da desigualdade social mal a temer
Meras esmolas não fornecem dignidade
independente de raça, cor ou idade
cidadão livres exigem maior respeito
para cantar o hino com a mão no peito
Ao mesmo tempo os poderes a reclamar
dos altos salários, mordomias e tal
o povo sofrido sem uma voz a clamar
a insegurança e a fome atroz e fatal
È triste a realidade a maior esperança
reside nos valores repassado à criança
E para finalizar essa minha fantasia
É para dizer que em tudo há poesia...
Seja no belo, no infortúnio,na paixão
revela o que vai na alma por inteiro
o poeta na sua mais cândida missão
leva sua mensagem de amor faceiro