AJOELHAR E REZAR
AJOELHAR E REZAR
Negro com cara de fome
Subnutrido de educação
Esmola por libertação
Alforria de alegoria
Doce como açúcar
Salgado feito sal
Carrega corda pro pais vender carnaval
Em uma ciranda repetida
Simples e faminta existência
Sem poder ou presidência
Sentado na beira do asfalto
Na usina do antigo canavial
Chibatadas ainda são sentidas
Na pele ainda jorra sangue
Um, dois, três garotos tortos mortos pela madrugada
No rosto a cicatriz da navalhada
O que se fazer diante tanta miséria?
- Ajoelhar, e rezar...........