AJOELHAR E REZAR

AJOELHAR E REZAR

Negro com cara de fome

Subnutrido de educação

Esmola por libertação

Alforria de alegoria

Doce como açúcar

Salgado feito sal

Carrega corda pro pais vender carnaval

Em uma ciranda repetida

Simples e faminta existência

Sem poder ou presidência

Sentado na beira do asfalto

Na usina do antigo canavial

Chibatadas ainda são sentidas

Na pele ainda jorra sangue

Um, dois, três garotos tortos mortos pela madrugada

No rosto a cicatriz da navalhada

O que se fazer diante tanta miséria?

- Ajoelhar, e rezar...........

Raphael MUKUMBI Lisboa
Enviado por Raphael MUKUMBI Lisboa em 08/05/2013
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