Escândalo - Cacos
sinto a mata e a floresta
sinto o pantanal e o cerrado
sinto o manguezal e a caatinga
sinto a restinga e o campo
a malversação
o descalabro
o descaminho
o expropriado
faz o menino indigente
faz o jovem indigente
faz o adulto indigente
faz o povo indigente
o verde é o feto
o amarelo é o garoto
o azul é o moço
o branco é o adulto
o escândalo mancha o verde
o escândalo suja o amarelo
o escândalo rasga o azul
o escândalo queima o branco
penso no mineral e no vegetal
penso na água e na terra
penso no cultural e no animal
penso no povo e na pessoa
a malversação
o descalabro
o descaminho
o expropriado
faz a cidadania indigente
faz a bandeira indigente
faz a pátria indigente
faz a nação indigente
o verde é a população
o amarelo é o município
o azul é o estado
o branco é a nação
o escândalo mancha o verde
o escândalo suja o amarelo
o escândalo rasga o azul
o escândalo queima o branco
vejo as nuvens e as estrelas
vejo o sol e a lua
vejo o horizonte e a chuva
vejo o céu e os planetas
a malversação
o descalabro
o descaminho
o expropriado
faz o filho indigente
faz o brasileiro indigente
faz o território indigente
faz o Brasil indigente
o verde é a pátria
o amarelo é o indivíduo
o azul é a família
o branco é o brasileiro
o escândalo mancha o verde
o escândalo suja o amarelo
o escândalo rasga o azul
o escândalo queima o branco
sonho com a pomba e a oliveira
sonho com o arco-íris e a bandeira
sonho com o branco e a papoula
sonho com a paz e a justiça
a malversação
o descalabro
o descaminho
o expropriado
faz o cidadão indigente
faz o município indigente
faz o estado indigente
faz o país indigente
o verde é o patriota
o amarelo é o amigo
o azul é o compatriota
o branco é o conterrâneo
o escândalo mancha o verde
o escândalo suja o amarelo
o escândalo rasga o azul
o escândalo queima o branco
O poema Nióbio foi adaptado ao livro Indigente