Gentil
Gentil era seu sobrenome
Nobre, amável se traduzia
Que ironia do ser
Era negro, banguela, sujo
Mendigo, pedinte
Ria das suas desgraças
Era a escória da sociedade
Por que tanta maldade?
Você Gentil, foi o bode expiatório
Desse sistema, que aliena, condena
O homem, e ordena
Ao outro explorar, dominar, controlar
Em coisa se transformar
Gentil não questionou, não protestou
Se entregou
E o outro na ira contida
O matou
O apedrejou
Apenas desabafou
O sistema que desumaniza
Que inferioriza
E invalida
A humanidade do Ser.