PAU-DE-ARARA
Lembro-me, ainda, do balanço do caminhão
de minha mão suada, cabeça cheia, mala vazia.
Medos...Sonhos...
O silência machucava, cada passo parecia ser o primeiro.
O que deixei para trás parecia não existir,
a infância e a adolescência foram subtraídas
e substituídas pelo trabalho.
Este, misturado com a imaginação, fazia
do pacote de entrega, a bola
das rotinas dos deveres, uma aventura
da obrigação, uma diversão.
Entre outras coisas fui Rambo, Super-Homem, Indiana Jones.
Tornei-me um homem
não pela barba que começava a brotar
mas pela mão calejada, pelo rosto marcado.