PAU-DE-ARARA

Lembro-me, ainda, do balanço do caminhão

de minha mão suada, cabeça cheia, mala vazia.

Medos...Sonhos...

O silência machucava, cada passo parecia ser o primeiro.

O que deixei para trás parecia não existir,

a infância e a adolescência foram subtraídas

e substituídas pelo trabalho.

Este, misturado com a imaginação, fazia

do pacote de entrega, a bola

das rotinas dos deveres, uma aventura

da obrigação, uma diversão.

Entre outras coisas fui Rambo, Super-Homem, Indiana Jones.

Tornei-me um homem

não pela barba que começava a brotar

mas pela mão calejada, pelo rosto marcado.

Flávia Martin
Enviado por Flávia Martin em 27/03/2007
Código do texto: T427242