FRENTE AO MAR
Ah! pudesse eu apropriar
a força desse mar
que bate inutilmente sobre as pedras
para reciclar a energia consciente do meu povo...
Que bom se o movimento das ondas
espraiando em espumas
sobre a brancura da areia
levasse em progressão a boa nova
de irmão para irmão.
Ah, pudesse eu convergir
a ressonância desse impacto
de águas sobre as pedras
na pujança do grito libertário do meu povo...
Por certo o limite do real seria possível
na consciência brasileira
e o suave marulho das águas
em doce cantiga de amor
embalaria um berço de paz.