ENTRISTECE-ME
ENTRISTECE-ME
Entristece-me com a cortina de fumaça que cobre a serra,
Do fogo que arde queimando a terra,
Da falta das lindas matas que lá havia,
De não mais ouvir o canto da cotovia.
Entristece-me de ver irmão matando irmão,
A insegurança vil desta nação,
Os governantes sem nos dar as mãos,
E nós perdidos nesta imensidão.
Entristece-me de ver a fome invadindo os lares,
Os homens perdidos na orgia dos bares,
As drogas ditando as regras do jogo,
E nós correndo no meio do fogo.
Entristece-me a falta de humanidade,
Da insensibilidade do homem, a falta de bondade,
Do desamor, que age sem piedade,
Do esquecimento da humildade.
Entristece-me a violência, que sufoca o homem,
O eterno medo, que nos consomem,
Uma dor ferrenha, que aflige a alma,
Que tira de nós toda a calma.