O PALHAÇO...
O PALHAÇO...
(Ao amigo Raul Marques, que me ensinou que somos todos palhaços)
No dia em que eu fugir a sepultura,
Não guardem muita lembrança minha...
Não fiquem a dizer: "vil a minha cultura",
Pois por ela eu vi a humanidade mesquinha...
Não levem flores, rezas... não façam juras,
Deixem lá, quieta... serena... sozinha...
Minha alma fria, qual a andorinha,
No dia em que eu fugir a sepultura...
Deixem que a noite caia sobre a tumba,
Pra que eu me sinta longe de vocês, donos do perigo...
Porem escrevam visível no meu jazigo:
"Aqui jaz quem fugiu do perigo, aqui repousa os restos de um
PALHAÇO".